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Com apoio cultural do Acervo Universitário do Samba (UERJ), será lançada em novembro a obra SAMBA, DEMOCRACIA E SOCIEDADE: grandes compositores e expressões da resistência cultural no Brasil, organizada pelos professores/pesquisadores Luiz Ricardo Leitão (UERJ) e Marcelo Braz (UFRJ/UFRN), a ser publicado ainda em 2022 pelo selo Outras Expressões e pela Mórula Editorial. A dupla e os demais colaboradores do volume (Eduardo Granja Coutinho, Larissa Murad, Marianna de Araujo e Nathalia Sarro) tratam do “inestimável patrimônio cultural que se encerra na tão simples quanto diversificada rubrica Samba”, conforme anotou o Mestre e Doutor Nei Lopes no prefácio do trabalho (ver citação mais abaixo).
O objetivo primordial do livro é ressaltar o papel que o samba tem desempenhado, desde a primeira metade do século XX, como forma popular de aguda e jocosa crítica política e de costumes, desvelando máscaras sociais e denunciando, com engenho e arte, as mazelas e misérias desta claudicante pátria inscrita em uma experiência socioespacial em que se entrelaçam a modernização capitalista com relações de trabalho herdadas da escravidão e também se mesclam o moderno e o arcaico. Uma contradição, vale ilustrar, perfeitamente figurada por Wilson Batista no conhecido samba “Bonde de São Januário” e genialmente sintetizada por Noel Rosa no verso “coisa nossa... muito nossa”, de sua canção quase homônima (“São Coisas Nossas”).
Além de evocar “os espaços sempre resistentes que o samba semeou da Bahia para o Rio de Janeiro, e daqui para todo o Brasil” (e até para outros continentes), os textos abordam a obra de alguns notáveis criadores, seja por seu talento ou pela coragem de seu posicionamento ideológico e sua ação política. Entre eles, estão Noel Rosa, Wilson Batista, Aluísio Machado, Zé Katimba, Noca da Portela, João Nogueira e o “Clube do Samba”, Moacyr Luz e o “Samba do Trabalhador”, a “Kizomba” da Vila Isabel e a insólita dupla Leandro Konder & C. N. Coutinho, autores de um “samba filosófico” em homenagem a Lukács. Quem ficou curioso pode aguardar em breve este enlace entre o SAMBA e a eterna luta pela DEMOCRACIA no Brasil e no mundo.
Ficha completa da publicação
· Título: Samba, Democracia e Sociedade: grandes compositores e expressões da resistência cultural no Brasil
· Organizadores: Luiz Ricardo Leitão / Marcelo Braz
· Editoras: Mórula Editorial (Rio de Janeiro) / Outras Expressões (São Paulo)
· Nº de páginas: 232
· Formato: 16 x 23 cm, brochura, com orelhas e ilustrações.
· Preço: R$ 50,00 (cinquenta reais).
Eventos de lançamento no Rio de Janeiro,
celebrando a Semana da Consciência Negra
· 19/11/2022, a partir das 13 h: Grande roda de samba com Noca da Portela na Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37 – Centro) – entrada franca
· 22/11/2022, 18 h: Debate-lançamento no IFCH-UERJ (campus Maracanã – Auditório 91 – 9º Andar – Bloco F), com participação da Profª Lená Medeiros (titular de História Contemporânea da UERJ), da compositora e escritora Manu da Cuíca e do compositor e escritor Nei Lopes
Palavras do prefaciador e da apresentadora da obra
As letras de contestação às desigualdades sociais e de resistência ao autoritarismo, e outros tipos de desmandos, já vinham desde antes do samba. Porque a história da música popular brasileira se confunde, em muitos aspectos, com a luta do “povo sofredor” por sua autodeterminação. E é também, muitas vezes, a crônica das desigualdades, cada vez mais gritantes, que flagelam as camadas subalternas da população brasileira, no seio da qual o samba nasce/renasce a cada década, desde o “Pelo Telefone”, em 1917.
[...]
Pois é disto, entre outros assuntos e por outros caminhos, que cuida este livro: do inestimável patrimônio cultural que se encerra na tão simples quanto diversificada rubrica “Samba”: dos espaços sempre resistentes que este samba semeou da Bahia para o Rio de Janeiro, e daqui para todo o Brasil e, mesmo, algumas partes do mundo. Além disso, os textos abordam o trabalho de alguns criadores exemplares, tanto pelo talento, quanto pela coragem de seu posicionamento ideológico e sua ação política. Tal qual ensinaram Paulo da Portela e outros “pais” do Samba; em lições que os autores desta obra aprenderam e nos transmitem muitíssimo bem.
Nei Lopes,
compositor, pesquisador e escritor
Assim como a batucada empurra o corpo pro remelexo, o período recente do nosso país não nos permite ficar inertes – ou então seremos ninados no meio da boca dos crocodilos. E mexer-se é também refazer tramas há cem anos enredadas: samba, democracia e sociedade. Este livro é o bem-vindo e necessário apito de bateria convocando o samba e o país pra umbigada no meio da roda.
Manu da Cuíca,
compositora e escritora
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